Recuperando Treinos Pós-Queda para o Across Andes

Recuperando Treinos Pós-Queda para o Across Andes

Por Helena Coelho


Pra quem ainda não sabe, sou atleta de gravel e treino para provas de endurance. Mudei para São Paulo há 7 meses e uma coisa ficou clara: além da gravel, seria imprescindível uma road para treinar e deixar meus treinos mais eficientes (mais rápidos com menos gasto energético!).

Foram praticamente 5 anos pedalando só de gravel, seja em pelotes de ciclismo, seja em provas curtas ou de longas distâncias. De repente, 3 meses antes da minha prova alvo, eu caí e quebrei o dedo. A road chegou duas semanas depois da queda e eu fiquei ansiosa esperando o primeiro dia que iria pedalar numa road (sim, eu comecei na gravel!).

Um mês depois da queda voltei pra estrada, dessa vez de road: a minha bicicleta é a Univox Comp, uma road de endurance, em que as máximas são conforto e velocidade. Com pneu 30, tubeless e uma geometria super confortável, me senti segura no primeiro pedal. Foram 90km, com quase 30km/h de média e uma sensação: não cansei! Na gravel (com pneuzão e uma coroa), fazer uma média desta na estrada, me gera muito desgaste depois.



Como estava (ainda) insegura para ir pra terra, por causa da queda, aproveitei os benefícios da road para otimizar meus treinos, o objetivo era retomar o volume em 1 mês e correr uma prova de 1.000km no Chile. Ajustei isso com meu treinador, fomos aumentando o volume (em horas!) gradativamente, o corpo foi retomando a forma e os treinos em grupo me ajudaram a acostumar o corpo com uma velocidade maior, mas dessa vez com um desgaste menor.

É lógico que tive que voltar pra terra antes da prova, testar a bike e meu corpo em um pedal longo era fundamental. Duas semanas antes da prova, em um pedal de gravel sozinha, 150km com 2.000m: não senti dor, me sentia bem. Ufa! Equipamento e corpo testados. 

Parti pro Chile, fim de novembro, com o desejo intenso de ganhar o mundo de bicicleta e aproveitar cada momento de percorrer uma das rotas mais bonitas do mundo para pedalar: a Carretera Austral. Aquele era um desafio pessoal e pedalar todo dia, pós-queda, era uma grande vitória. 

Fui finisher em uma prova que apenas 4 ou 5 mulheres terminaram (solo) e 33% foi a média de homens e mulheres que concluíram. Voltei da prova muito cansada e, mais uma vez, a road me ajudou na retomada de treinos!